Esta é a dona Antônia, que encontrei vivendo em uma casinha simples na zona rural
do município de Marmeleiro, Sudoeste do Paraná.
Neste domingo, 13, a aposentada comemora 110 anos de vida.
Quando recebi o desafio de fazer uma reportagem com ela, pensei muito sobre o que significaria pra mim protagonizar mais mais de um século de história, como ocorreu com ela. Refleti sobre quantas alegrias ela teve, no que a decepcionou, no que a motiva hoje. Lamentavelmente, a memória da dona Antônia não ajuda mais. Ela mal lembra dos nomes dos seis filhos.
O que mais me surpreendeu foi a resposta que ela deu quando eu perguntei o que é necessário pra que as pessoas tenham vida longa como a dela.
A equipe médica que a acompanha disse que dois fatores foram importantes: a alimentação saudável da vida no campo e atividade física – dona Antônia cuidou sozinha da casa e da lida na horta e no jardim até os 104 anos!
Eu, nos meus 36 anos, muitas vezes me pego com preguiça, com desânimo...
O que são três décadas pra quem passa de um século?
Confesso que me senti envergonhada...
Hoje, a aposentada enfrenta problemas de saúde inevitáveis com tanta idade. Não enxerga direito, anda com dificuldade e trata de problemas com a pressão alta. A voz é fraca e muitas vezes ela não entende o que perguntamos.
Mas isso não a impediu de sorrir quando amigos fizeram uma festa surpresa com balões, bolo e presentes.
Voltando à resposta sobre a longevidade, a senhora experiente na vida me disse baixinho, mas com todas as letras: “Deus me deu esse privilégio porque nunca desejei o mal de ninguém, nunca tive inveja, sempre fui correta. Por isso sou abençoada e confio minha vida nas mãos do meu Senhor Jesus Cristo.”
Precisa dizer mais?
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