Assim como textos históricos aos quais temos acesso na atualidade foram construídos através de uma série de fatores que influenciaram a percepção do historiador, atualmente o fazer jornalístico também recebe interferências no seu processo produtivo que resultam em diferentes pontos de vista para um mesmo fato.
Veículos de comunicação têm linhas editoriais e ideológicas diferentes. Enquanto uns optam pelo sensacionalismo, outros tentam se aproximar da neutralidade pregada pelos manuais de redação e estilo.
No entanto, independentemente da linha editorial, o processo de construção da notícia passa por diversas etapas. Envolve equipes de pessoas com culturas diferentes e maneiras distintas de assimilar e interpretar os fatos, além das condições técnicas de produção.
No telejornalismo, a interferência na construção da notícia vai desde os ângulos escolhidos pelo cinegrafista na captação das imagens, passa pelo ponto de vista do repórter que colheu informações e decidiu quais sonoras seriam relevantes. Depois, pelo editor de imagens, até o editor-chefe que vai direcionar este conteúdo para determinado horário de telejornal ou público, muitas vezes influenciado pelas suas próprias percepções.
Por isso é comum vermos na tevê um fato noticiado em vts de tempos diferentes e com enfoques distintos.
Não podemos deixar de citar ainda que independentemente de como o fato é transcrito ou reportado, a maneira como o leitor ou o telespectador receberá esta informação também será influenciada pela sua carga cultural, emocional ou pelo seu contexto atual.
A forma como interpretamos e assimilamos um texto histórico, por exemplo, está diretamente relacionada ao conhecimento que temos sobre elementos que o compõem.
Por isso, a cada vez que relemos um texto descobrimos novas interpretações.
Baseado em texto de Benedito Costa Neto
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